quarta-feira, 17 de junho de 2009

Projecto Refer, Grândola

Esta batalha, iniciada e muito bem pelo Presidente da Câmara Carlos Beato, terá que envolver a contestação dos Grandolenses também.
Temos todos que estar atentos!

"O presidente da Câmara de Grândola, Carlos Beato, contesta o traçado previsto para a linha ferroviária de mercadorias entre Sines e o Caia, com ligação a Espanha, que foi proposto pela Refer. O autarca já alertou o próprio ministro das Obras Públicas, Mário Lino, que a via vai passar por cima de habitações, comprometendo algumas casas centenárias, que deverão mesmo ser derrubadas, e várias propriedades agrícolas. O Projecto actual não poupa ainda alguns hectares de montado do concelho.

Um rol de razões mais do que suficientes para que Carlos Beato assegure não estar disposto a cruzar os braços, face a um cenário que, segundo o edil, se vislumbra "bastante lesivo" para a população de Grândola e admite demitir-se dos cargos ocupa actualmente, quer como presidente de câmara, quer como dirigente máximo do Pólo Turístico do Litoral Alentejano, caso o projecto apresentado pela Refer vá mesmo em frente.
"Isto é um traçado que prejudica muito o concelho, mas também a própria região. Numa altura em que se está a fazer uma aposta forte na dinamização turística não podemos permitir que Grândola e as várias aldeias sejam retalhadas. Além disso, estamos a falar de um traçado que passa sobre algumas habitações. Sinceramente, isto e um projecto que não faz sentido", reitera Carlos Beato.O autarca independente eleito pelo PS – partido pelo qual se recandidata – não hesita em afirmar ainda que a construção daquela linha é "contrária e contraditória com o modelo de desenvolvimento que tem vindo a ser apadrinhado pelo próprio Governo e que agora começa a dar os seus frutos, também devido ao esforço da autarquia e outras entidades", diz o edil.
Segundo Carlos Beato, que já analisou o projecto proposto pela Refer, o traçado que está a provocar a indignação em Grândola passa pela aldeia de Vale Figueira, na freguesia de Melides, e por cima de dezenas de habitações com mais de um século, que são habitadas por várias famílias, além de cruzar o centro da aldeia do Pico, na freguesia de Grândola. Já na sua recta final do percurso, a via-férrea acaba também por atingir a aldeia da Paragem Nova.
"Não podemos admitir nem sequer acreditar que um percurso destes venha pôr em causa toda uma estratégia de desenvolvimento, a história de uma comunidade, de uma região e do próprio país", insiste o autarca do Litoral Alentejano onde decorrem investimento turísticos na ordem dos mil milhões de euros.
Por seu lado, fonte oficial da Refer, contactada pelo "Diário do Sul", recusou fazer qualquer comentário às críticas endereçadas por Carlos Beato, avançando que o novo traçado entre Sines e Grândola está orçado em mais de de 170 milhões de euros, prevendo a empresa que as obras no terreno possam arrancar em 2011 e estar concluídas dois depois, lá para o final de 2013.
Trata-se de um projecto que será alvo de uma articulação com a ligação do TGV a Madrid, assumindo-se como uma infra-estrutura alternativa à via tradicional de movimentação de carga por modo rodoviário e indispensável para o desenvolvimento do Porto de Sines e da futura Plataforma do Poceirão."
in Diário do Sul

Sem comentários:

Enviar um comentário