segunda-feira, 2 de março de 2009

Caça aos Gambozinos

Tento ter alguma atenção ao ambiente, não sou ambientalista extremista mas é cada vez mais importante ter consciencia daquilo que se passa um pouco por todo mundo.

Não sou fã de caça, mas também não sou critico a isso. Apesar de considerar um desporto carniceiro e nada recreativo, mas como tudo... gostos não se discutem.

Hoje deparei-me como uma noticia, que não quero entrar em exageros de considerar um atentado ao reino animal... mas... coisas destas não se admitem e, meus amigos, se querem caçar pelo menos usem óculos... um pombo é diferente de um águia!

"ICNB apresentará queixa-crime
Encontrado morto o macho do único casal de águia-imperial que nidificou no país
02.03.2009 - 15h33 Helena Geraldes
O macho do único casal de águia-imperial Aquila adalberti que nidificou com sucesso em Portugal em 2008 foi encontrado morto na sexta-feira passada com chumbos de caçadeira, na área do Vale do Guadiana. O Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB) vai apresentar queixa-crime contra incertos.

O corpo da ave, de uma espécie classificada como Criticamente em Perigo e que só existe em Portugal e Espanha, foi encontrado junto ao seu ninho na quinta-feira, na área do Vale do Guadiana, em zona de caça associativa já fora do Parque Natural mas dentro de uma ZPE (Zona de Protecção Especial).

A cria tinha abandonado o ninho, no final do Verão, e é actualmente autónoma em relação aos pais.

"Fomos alertados por um proprietário da região que a tinha encontrado (...). Inicialmente suspeitámos de envenenamento mas depois de fazermos uma radiografia detectámos vários chumbos espalhados por todo o corpo", explicou Pedro Rocha, director-adjunto do Departamento de Gestão de Áreas Classificadas - Sul, ao PÚBLICO.

Segundo o ICNB, que já contactou o SEPNA da GNR para tentar saber o que se terá passado, a necrópsia revelou que a ave terá morrido entre os dias 21 e 23 de Fevereiro, atingida por chumbos de caçadeira.

A águia-imperial encontrada morta teria pelo menos seis anos de idade, dado que tinha ombros brancos, característica de aves que atingiram a idade adulta.

O abate desta águia configura uma contra-ordenação ambiental muito grave, em conformidade com o Regime Jurídico da Conservação da Natureza e da Biodiversidade, de 24 de Julho de 2008.

Pedro Rocha é da opinião de que estamos perante uma perseguição dirigida. "Todos os factos apontam para isso. Para alguém que, de forma premeditada, perseguiu a ave". "Queremos apurar responsabilidades".

Segundo o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal, deverão existir em Portugal entre dois a cinco casais de águia-imperial, na zona do Vale do Guadiana, no Alentejo Central e na Beira Baixa. No entanto, no ano passado apenas um conseguiu nidificar e reproduzir-se com sucesso. Os principais factores de ameaça são o envenenamento, a perseguição directa e a perturbação dos locais de nidificação.

"Esta espécie não criava em Portugal e, lentamente, está a tentar recolonizar o nosso território, vinda de Espanha. Por isso, esta é uma perda muito grande", lamentou Pedro Rocha.

A fêmea não terá vida fácil. Segundo Pedro Rocha, a ave tentará encontrar um macho nas redondezas para formar um novo casal. "Mas isso é pouco provável porque a maioria são aves imaturas que ainda não formam casais. O mais certo é a fêmea passar algum tempo sozinha e decidir procurar outra área para nidificar".

"Hoje temos mais condições" para esta espécie "mas mesmo assim temos de trabalhar mais. Isto [abate da ave] não nos valoriza sob qualquer ponto de vista".

Actualmente, no Vale do Guadiana estamos em plena época de nidificação. "Este é um período muito importante para percebermos se as aves estão a voltar aos ninhos. Este ninho já estava arranjado, um sinal de que o casal estava no local. Mas andavamos preocupados porque ainda não os tinhamos visto juntos. Mesmo que não fossemos alertados pelo proprietário, teríamos lá ido verificar o que se passava".
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in Publico

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